sexta-feira, dezembro 24, 2010

Feliz Natal


Neste dia especial, votos de paz, amor, felicidade, saúde e sorte, para todos os leitores deste blog, em especial os que o seguem de perto.

Um abraço terno e amigo

Carlos Cardoso

Memória de um Povo - Isabel Silvestre



A cantora Isabel Silvestre, apresentou no passado dia 10 de Dezembro, o livro “Memória de um Povo” em que regista parte da recolha da tradição oral que fez região de Manhouce - Beira Alta.
Memória de um povo, que é acompanhado de um CD com o Cantar dos Reis de 1982, reúne Lengalengas, Histórias, Orações, Modos de Falar, Expressões, Pragas, Provérbios, Adivinhas, Quadras, Romances, Cantares ao Desafio, Recordações, Pautas Musicais... Neste seu livro, Isabel Silvestre procura fazer sentir e transmitir aspectos da cultura de um Povo a que se orgulha de pertencer. Numa manifestação do afecto intenso e sem limites que tem pela sua terra, pelas suas gentes, pelo seu País, Isabel Silvestre reuniu falas, realidades, contos de um povo que «reage sempre à desventura e que em cada crepúsculo vê sempre uma nova madrugada». Inclui quatro singelos e lindíssimos contos da própria Isabel Silvestre....

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Michel Giacometti - Filmografia Completa

O Jornal Público, entre 22 de Novembro e 7 de Fevereiro, distribui semanalmente a filmografia completa de Michel Giacometti, numa edição da RTP coordenada por Paulo Lima.
São 12 livros com CD's onde pode ser admirado o trabalho de recolha etnografica deste Corsego, português de coração.
A 1ª edição tem o custo de 5,90€ e as restantes 8,90€.
Uma colecção a não perder.

domingo, dezembro 12, 2010

Socas barrosãs já não ressoam na calçada - Montalegre

As socas da Terra do Barroso já não confortam os pés das gentes da terra fria transmontana.
O sapato tradicional de madeira e couro é hoje procurado como peça de decoração, utilizado em ocasiões pontuais. Os soqueiros desapareceram quase ao ritmo traçado pela conquista do calçado moderno.
No início de cada Primavera, o soqueiro da aldeia ia de porta em porta medir pés e fazer socas. Durante o tempo frio, a madeira de vidoeiro secava atrás da lareira. Com o início do calor a madeira estava pronta para confortar os pés do povo barrosão. O pé colocava-se em cima de um pedaço de madeira. Com um lápis, o soqueiro desenhava a forma e em seguida talhava a madeira que se queria leve e resistente. A parte de cima era feita de couro.
Em tempos pretéritos, as 35 freguesias do concelho de Montalegre tinham um soqueiro, hoje não existe nenhum e as socas são um adorno, utilizadas em ocasiões festivas ou para uma ida ao quintal da casa. «Eu sou o único sapateiro, de concerto de calçado, que há em todo o concelho», diz João Madeira.
Na sua oficina expõe alguns exemplares de socas antigas, mas também algumas que nunca foram calçadas. «Não fui eu que as fiz», apressa-se a explicar. «Mas sei fazer. O que acontece é que já tenho tanto trabalho que não consigo fazer as socas, ainda para mais quando não têm muita procura».
João Madeira comenta que há quem tenha umas socas em casa apenas «pela tradição e como peça de decoração». No entanto, acrescenta: «ainda se vêem pessoas com as socas. Como a madeira protege da água há quem as use para ir ao jardim, à horta ou para lavar o carro».
O ‘toc toc’ da madeira a bater no chão já não se faz ouvir nas ruas das aldeias do Alto Rabagão, a não que seja dia de festa e esteja actuar um grupo folclórico. Ver as socas a luzir nos pés fica agora reservado a estes dias festivos.
A soca de enfiar, ou em formato de bota, era o toque final de uma indumentária que também se começa a perder no tempo. A capa de burel e a croça de junco, capuchos feitos de junco normalmente usados pelos pastores eram algumas das peças com que estas gentes do Norte Português enfrentavam os rigores do frio.

Autora: Sara Pelicano
Fonte: Café Portugal