Quando analisamos fotografias do
inicio do sec.XX, sobretudo referentes às regiões do Ribatejo e Alentejo, surge
de vez em quando um chapéu masculino diferente dos demais.
Distingue-se pela forma cónica,
alta e plana da copa, já que, normalmente, esta é circular e côncava, não
excedendo não excedendo os 10 cm.
Este é conhecido como Chapéus Cordovês.
Cordovês por ser originário da cidade
de Córdoba, em Espanha, onde ainda hoje é fabricado.
Diz-se, que começou a ser usado
pelas pessoas que realizaram o trabalho de jornaleiro. Já que no campo estavam
expostos tanto ao sol como à chuva e precisavam de um chapéu mais resistente
que o de palha. Sem dúvida a ideia era clara, precisavam de um chapéu mais
rígido, e não se deformasse com o tempo.
As características deste chapéu
popular são: fabricado em feltro, aba larga e plana, e uma copa alta
ligeiramente cónica e geralmente pretos.
Este chapéu tornou-se popular em
Espanha por influência de vários Cordoveses, nomeadamente ligados à tauromaquia
como o rejoneador Antonio Cañero (1885-1952) e o toureiro Manolete (1917-1947),
ambos muito conhecidos e aplaudidos em Portugal.
É talvez por esta via que podemos
explicar o seu surgimento em Portugal e disseminação por regiões com maiores
tradições taurinas.
Por ser um produto de importação
(não fabricado localmente) seria naturalmente mais caro que os comuns, dai a
sua utilização sobretudo com trajes de festa/domingueiros, motivo também pelo
qual não se verificou uma ampla propagação entre os homens destas regiões,
sendo assim uma peça que apenas alguns poderiam comprar e usar.
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Chapéus Cordovês |
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Rancho
de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento - Casa do Alentejo-1950 |
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Manolete
(1917-1947) |
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Antonio
Cañero (1885-1952) |
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Sarau na Casa do Alentejo - Lisboa - 1937 |