segunda-feira, outubro 08, 2007

Trajos de Festa – Castelo de Vide – Alentejo


Existem nestes trajes diversos pormenores que nos indicam uma posição social mais elevada dos seus utilizadores. Ainda assim, trata-se de um traje de festa, apenas utilizado em algumas ocasiões, pois mesmo com melhores condições de vida, no Alentejo, o dinheiro não abundava, pelo que não havia lugar a grandes excentricidades.
Esses “sinais exteriores de riqueza” identificam-se no homem pela qualidade dos tecidos, do corte, pormenores decorativos e acessórios. A que se associa a capa, peça imponente e de luxo. Mas existem ainda outros pormenores menos evidentes; o lencinho bordado pela namorada e exibido no bolso pequeno da jaqueta, a cinta preta de merino e a bota preta engraxada.
No vestuário feminino, a qualidade e quantidade de tecido empregues na confecção deste traje são sinónimo de festa e de luxo. A saia é muito rodada, mas o sinal de riqueza era dado pelo número de barras que guarneciam a orla, que revela as posses da rapariga. Também o xaile pousado no braço e dobrado em forma de manta era considerado como a forma mais elegante de o exibir. A saquinha que acompanha o traje e o ouro exibido (embora em quantidade mais modesta que em outras regiões), revelavam a riqueza da rapariga.
O trajo masculino é assim constituído por jaqueta de tecido de lã (casimira) castanha, com gola, bandas e frentes contornadas com fita de seda vermelha. Aplicação de alamares nas frentes e de galão nas mangas, sugerindo um canhão em forma de bico e com botões aplicados de obliquamente. Colete no mesmo tecido, também contornado com fita idêntica à da jaqueta. Calças do mesmo tecido castanho, ajustadas na cintura com cinta preta de merino. A camisa branca é de linho, com colarinho e peitilho decorado com nervuras. Na cabeça, chapéu de feltro preto de meia copa. Calça botas pretas.
Completa o conjunto, uma capa de “briche” castanha, com cabeção duplo e debruado, ajustada na colareta com fecho de prata. Frentes forradas com pelúcia cor de mostarda.
A mulher, veste blusa de tecido de algodão vermelho, lavrado, com quartilhos com cós, peitilho e carcela abotoada na frente, contornados com bordados estreitos. A linha da cintura é marcada e possui uma aba sobre as ancas. Manga comprida, ajustada ao punho com refegos.
Saia de tecido de lã cor-de-rosa, pregueada na cintura e decorada em baixo com aplicações de renda e galões.
Na cabeça, lenço de lã estampado, com as pontas caídas sobre o peito.
Pousado no braço, xaile de merino preto com franja e na mão saquinha de tecido recortado, formando uma rede. Calça meias brancas rendadas e sapatos pretos.
Referência Bibliográfica: Tomaz Ribas in O Trajo Regional em Portugal, Difel, 2004
Artigos relacionados:
Alentejo

1 comentário:

Gardener disse...

Hola amigo, te hablo desde la argentina.

Necesitamos que por favor nos envies un email para contactarte para poder charlar contigo sobre el panuelo que tiene la senora en la foto.

Un abrazo

elmonomario69 @ gmail.com

Adeuz