Por: Marques, José Joaquim Ferreira
As chamadas “cuecas” supõe-se ser a peça de roupa mais antiga, datada da
era dos homens das cavernas. Descrita por estudiosos como um pedaço de linho
triangular com tiras nas pontas, eram amarradas ao redor dos quadris e laçado
por entre as pernas, depois as tiras eram novamente amarradas aos quadris. As
cuecas, como são conhecidas hoje descendem das bragas (fig.20) de origem
gaulesa ou galolatina “bracae”. Foram usadas pelos Romanos, os campesinos
usavam-nas de pele de cabra.
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Fig. 20 |
Quanto ao seu uso em Portugal, Mattos Sequeira diz que já eram usadas
pelos Lusitanos. Oliveira Martins, faz referência que o homem português, por
baixo da camisa enfiou as primeiras cuecas, as bragas e o seu uso durou até ao
século XV. No virar da Era passou a chamar-se fraldinha. No século XVI, os marinheiros
passaram a usá-las muito largas. Mais tarde no século XIX, as bragas eram
conhecidas por “manaias” e de uso entre os pescadores de Aveiro. Esta peça
nunca foi usada pela mulher. A mulher do povo substituiu-as pela camisa de
baixo que apertava entre pernas com um alfinete, dados recolhidos em Asseiceira
- Tomar. As cuecas tal como as conhecemos hoje só aparecem em 1928.
A camisa de baixo (fig.21,22 e 23),
outra peça ligada à intimidade da
mulher, já se usava na Idade Média e depois nos séculos XV e XVI, larga
comprida, (até um pouco abaixo do joelho) de mangas largas compridas, de meia
manga ou de alças. Confecionadas em tecidos leves: linho, algodão ou flanela ornamentadas
com picou, (fig.24) rendas (fig.25,26 e 27) ou bordadas.
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Fig. 21 |
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Fig.22 |
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Fig. 23 |
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Fig. 24 |
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Fig. 25 |
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Fig. 26 |
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Fig. 27 |
As anáguas, (fig.28) que atualmente parecem estar em uso nos
Grupos/Ranchos Folclóricos, aparecem ao mesmo tempo que a creolina (fig.29), uma
grande armação que dava aos vestidos uma forma arredondada. Algumas situações
do dia-a-dia tornaram-se embaraçosas para as mulheres, em especial quando se
sentavam, pois esta armação subia até quase ao “nariz”, deixando a descoberto
toda a zona abaixo da cintura. Tornava-se urgente arranjar uma solução,
surgiram então as anáguas e as perneiras.
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Fig.28 |
As anáguas, eram confecionadas em linho, algodão ou flanela e iam da cintura até um pouco abaixo do joelho. Na cintura eram presas com atilhos, nastro (fig.30), ou fitas (fig.31), mais tarde abotoadas com um botão e ornamentadas com picou (fig.32 e 33) e rendas (fig.34,35 e 36).
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Fig.29 |
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Fig. 30 |
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Fig.31 |
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Fig. 32 |
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Fig. 33 |
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Fig. 34 |
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Fig. 35 |
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Fig. 36 |
Os culotes (fig.37 e 38)) tiveram a sua origem em
França, aparecem nos finais do século XVIII e nunca foram usados pelo povo. Só
as pessoas da alta sociedade os usaram para se protegerem do frio. Confecionados
em linho, algodão ou flanela vão da cintura até ao joelho, adornados com picou
(fig.39) ou rendas (fig.40). Atam na cintura com atilho, nastro
(fig.41) ou fitas (fig.42) e podem também abotoar com um botão. Junto ao joelho
são apertados com nastro ou fita, esta pode ser aplicada num passa fita
(fig.43). Hoje usados por muitos Ranchos/Grupos Folclóricos.
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Fig. 37 |
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Fig. 38
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Fig. 40 |
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Fig. 39
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Fig. 42 |
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Fig 41 |
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Fig 43
Fonte: Marques, José Joaquim Ferreira in "Roupa de Baixo/Conservação" Out.2009
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