Brito Aranha em 1878
escreveu no “Universo Ilustrado”: “Todos sabem que o senhor Carlos Relvas é o
primeiro fotógrafo amador em Portugal e um dos primeiros no estrangeiro, e que
a sua galeria e o seu laboratório fotográfico excedem o que possa imaginar-se
em luxo de ornamentações, em abundância de espécimenes resplandecentes e em
profusão de máquinas e utensílios dos melhores autores”. Mais recentemente,
Michael Gray, conservador do museu de fotografia Fox Talbot, disse ao Jornal
Expresso em 1998: “É uma das mais importantes estruturas na Europa ligadas à
fotografia. Não há nada de comparável que seja conhecido. Além disso, é um
património não só de Portugal mas da Europa, e a Europa também se devia
mobilizar para o proteger, bem como para tornar conhecido o trabalho de Relvas.
Mas é um trabalho que devia começar por Portugal”. Apesar de tudo isto, Carlos
Relvas e o seu trabalho, continuam praticamente desconhecidos quer em Portugal,
quer no Mundo. O processo fotográfico atual, pouco varia do processo do início
do século XX. Por isso se atribui ao século XIX a invenção da fotografia como a
conhecemos hoje. No século XX assistiu-se à evolução das técnicas de controlo e
ao aparecimento da fotografia a cores, cinema e todos os usos científicos
utilizados hoje. - See more at: http://www.fotografia-dg.com/historia-da-fotografia/#sthash.Uibl3AxU.dpufOS
Nos retratos "CARTE DE VISITE" o posicionamento socioeconómico de uma
determinada família pode ser aferido através do seu espólio fotográfico
(estando este ainda intacto): a época em que os seus membros tiram os primeiros
retratos; a época em que recebem as primeiras ofertas de retratos, por parte de
parentes e amigos; os locais onde estes retratos são tirados; todos estes
indícios podem ser preciosos para caracterizar a história de uma família. Do
mesmo modo, a fotografia antiga permite um melhor conhecimento dos
antepassados: a sua fisionomia, a sua estatura, postura e modo de vestir. É
claro que muito do que era o retrato, sobretudo na segunda metade do século
XIX, dependia da encenação criada pelos fotógrafos: a pose, o cenário de fundo,
os adereços e, em alguns casos, também a indumentária. E toda esta parafernália
ia alterando-se, seguindo a evolução da moda. Deste modo, o retrato antigo,
geralmente em formato "carte de visite" (cartão de visita), tem
importância para a História da Arte: ao nível das artes decorativas, do mobiliário
e de vários outros aspetos. Tem ainda importância para a História da Técnica.
Não podemos também negligenciar os timbres dos fotógrafos, muito interessantes
para o estudo do papel timbrado e da História das Artes Gráficas, assim como as
dedicatórias, que revelam autógrafos valiosos, cumplicidades entre quem oferece
e quem recebe, permitindo igualmente datar, com certa precisão, muitos
retratos.
Como poderão constatar
a historia da fotografia em Portugal remonta ao séc. XIX, sendo considerada uma
obra de arte pra época, as fotos antigamente não tinham o mesmo sentido dos
dias de hoje, era tido como uma verdadeira relíquia e os que se dedicavam a
essa arte, hora usavam como meio de subsistência, ora como projeto de estudo,
as varias fotos que se observam eram tiradas normalmente em ambientes fechados,
residências ou salas próprias, pois não havia exposição publica das mesmas
salva em raras exposições, as pessoas fotografadas iam para as secções de
fotografias como se de uma festa se tratasse, e raras vezes eram fotografadas
em ambiente descontraído, com o passar dos anos começaram a tirar-se fotos de
conjuntos livres, (festas, romarias, trabalho, etc…) nas primeiras fotos
familiares ou individuais, tiradas em casa ou nos estúdios as pessoas descontraiam-se
apresentando-se em seus melhores fatos e sem cerimonia uma vez que as mesmas
eram para uso particular, principalmente as mulheres vaidosas como sempre,
arrumavam-se com esmero com seus melhores fatos, joias (muitas vezes
emprestadas), usando a fotografia como prova de bem viver, ora para impressionar
futuros maridos ora pra mostrar opulência de vida, essas fotografias eram
exposta em ambiente familiar por isso os aspetos da moral eram postos de lado,
salvo raras exceções onde em fotos familiares vemos mulheres de lenço mesmo
dentro de casa, eram em suas maiorias viúvas ou casadas com maridos emigrados,
era comum também encontrar fotos de mulheres em trajes mais ou menos típicos,
arranjados e preparados para a ocasião, esses trajes têm de ser estudados a luz
da situação, não sendo em ambiente livre podiam ser pontualmente modificados
afim de parecerem bem na fotografia, deixando assim de servirem como exemplo de
vestir. Nas fotos publicas reparamos no objetivo dos fotógrafos em imortalizar
fatos do dia-a-dia das pessoas, normalmente grupos ou pessoas em exercício de
suas profissões aí sim podem usar as fotos como estudo de hábitos e costumes
nelas veem que a maneira de vestir entre o povo pouco difere dependendo da
época fotografada, mas em sua maioria o povo vestia-se de forma simples sem
grandes adereços. Para se usar uma foto como exemplo temos antes de verificar o
local e momento a que ela pretende prender em papel, nem sempre a fotografia
pode ser usada como exemplo da maneira de vestir mas sim como exemplo de como
se vestiam. Existem diversas pesquisas que podem elucidar dúvidas quanto a história
da fotografia em Portugal, basta ter um pouco de paciência e boa vontade
evitando assim erros de representação nos dias de hoje.
(JCRM)
Fonte: Traje do Povo em Portugal
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