Os chapéus, muito em voga no
século XIX e primeira metade do século XX deram origem à indústria de
chapelaria, que se desenvolveu a sul do Porto. A indústria da chapelaria
contribuiu para a evolução e progresso de S. João da Madeira, onde foi durante
dezenas de anos o sector dominante. Em 16 de Maio de 1984, foi elevada a
cidade.
Se até finais de oitocentos
predominou a manufatura da chapelaria, entre meados de 1890 e 1914
desenvolveu-se a sua mecanização. Esta mecanização não foi aceite de forma
pacífica. Chapeleiros e outros trabalhadores do ofício ofereceram -lhe
resistência, o que deu origem a algumas agitações operárias, a quando da
construção da Fábrica Nova. Temia-se o desemprego. Dizia-se na época:
"Naquelas malditas máquinas,
metem-se os coelhos ainda vivos, de um lado, e saem chapéus já prontos do
outro!” in O Coração da Fábrica. Viagem ao mundo de “Unhas Negras” de Luis
Costa, edição da Câmara Municipal de S. João da Madeira, 1987, p. 37.
A Empresa Industrial de Chapelaria ficou
conhecida em São João da Madeira como a "Fábrica Nova", foi fundada
em 1914 por António José Oliveira Júnior. Este, um ex-operário, foi pioneiro ao
introduzir ano de 1891 em São João da Madeira o fabrico do chapéu de pelo (coelho
e lebre). Nas diferentes fábricas espalhadas pelo país, apenas era produzido o
chapéu de lã grosseiro.
Fábrica Nova em funcionamento onde se pode ver
a mecanização do sector.
Imagens: Aníbal Lemos in LEMOS, Aníbal, “Imagens do Fim e do Princípio”, Câmara Municipal de São João da Madeira, São João da Madeira, 2001. |
A Empresa Industrial de Chapelaria
ou "Fábrica Nova", encerrada no ano de 1995, deu emprego e formação a
diferentes gerações de chapeleiros e artífices que lhe dedicaram uma vida
inteira de trabalho. Foi uma das mais importantes unidades fabris de São João
da Madeira, albergando atualmente o Museu da Chapelaria, que sem dúvida vale a
pena visitar.
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