terça-feira, abril 30, 2013
segunda-feira, abril 29, 2013
Costumes do Minho: Mulher de Castro Laboreiro e o Jangadeiro
Publicou a revista Ilustração
Portugueza, na cada da sua edição de 17 de março de 1913, duas interessantes
fotografias que mostra os trajes da mulher do Soajo e do jangadeiro de Anha ou
seja, aquele que conduzia a jangada do sargaço na travessia do rio Lima,
envergando a tradicional branqueta do sargaceiro. O texto que acompanha as
fotos possui também algumas particularidades curiosas que refletem bem a
distância que então separava o jornalista habituado ao meio burguês e citadino
em relação à profundeza da vida rural que de mais interessante apenas
proporcionava os motivos pitorescos com que ilustrava as páginas dos jornais.
Transcreve-se o artigo respeitando-se a grafia original.
Mulher de Castro Laboreiro |
Em luta constante com a natureza,
a quem arrancam após porfiadas canceiras as matérias primas que lhe fornecem o
fato e o alimento, únicos produtos das rudimentares industrias que exercem: a
pastorícia e a agricultura, os montanhezses de Castro Laboreiro são uma pobre
gente desconfiada e semi-selvagem.
O vestuário das suas mulheres dá
á primeira vista ideia lucida e sugestiva de toda a sua rudeza: capucha ou
mantela, o corpete e a saia, é tudo feito de tecido grosseiro de fabrico local
a que chamam burel ou picoto. Os tamancos toscos, espécie de sandálias,
formadas por rudes madeiros ligados aos pés por correias fortes, chamados
chancas ou alabardeiros, completam o vestuário das castrejas, em que as roupas
brancas faltam por completo.
Na mesma província do Minho, á
beira mar, o fato simples usado pelos jangadeiros d’Anha, emparceira
admiravelmente com a rudeza semi-selvagem do vestuário das castrejas.
Jangadeiro d'Anha |
É muito característico o tipo
destes lavradores-marinheiros, que nas costas do norte, principalmente junto a
Viana do Castelo, e, por todo o litoral desde Montedor até à costa do sul do
Lima, no local denominado Anha, se aventuram ao mar, a fim de colher o sargaço,
moliço ou limos, como lhe chamam, com que vão depois fertilizar as suas terras
navegando sobre frageis jangadas, formadas por oito troncos de madeira muito
leves ligadas a maneira de estrado, tendo lateralmente duas taboas dispostas em
forma de borda falsa: os troncos das bordas são mais compridos, e, levantam em
forma de rabo d’arado.
Vestem unicamente uma espécie de
sobrecasaca de lã grossa e forte, o que chamam branqueta, presa com um cinto e
abotoada na frente, uma carapuça vermelha ou um chapéo preto de grandes abas
completam tão singular vestimenta.
A.Mesquita
de Figueiredo
Fonte: Blogue do Minho
quinta-feira, abril 18, 2013
quarta-feira, abril 10, 2013
O Fabrico de Chapéus em São João da Madeira
Os chapéus, muito em voga no
século XIX e primeira metade do século XX deram origem à indústria de
chapelaria, que se desenvolveu a sul do Porto. A indústria da chapelaria
contribuiu para a evolução e progresso de S. João da Madeira, onde foi durante
dezenas de anos o sector dominante. Em 16 de Maio de 1984, foi elevada a
cidade.
Se até finais de oitocentos
predominou a manufatura da chapelaria, entre meados de 1890 e 1914
desenvolveu-se a sua mecanização. Esta mecanização não foi aceite de forma
pacífica. Chapeleiros e outros trabalhadores do ofício ofereceram -lhe
resistência, o que deu origem a algumas agitações operárias, a quando da
construção da Fábrica Nova. Temia-se o desemprego. Dizia-se na época:
"Naquelas malditas máquinas,
metem-se os coelhos ainda vivos, de um lado, e saem chapéus já prontos do
outro!” in O Coração da Fábrica. Viagem ao mundo de “Unhas Negras” de Luis
Costa, edição da Câmara Municipal de S. João da Madeira, 1987, p. 37.
A Empresa Industrial de Chapelaria ficou
conhecida em São João da Madeira como a "Fábrica Nova", foi fundada
em 1914 por António José Oliveira Júnior. Este, um ex-operário, foi pioneiro ao
introduzir ano de 1891 em São João da Madeira o fabrico do chapéu de pelo (coelho
e lebre). Nas diferentes fábricas espalhadas pelo país, apenas era produzido o
chapéu de lã grosseiro.
Fábrica Nova em funcionamento onde se pode ver
a mecanização do sector.
Imagens: Aníbal Lemos in LEMOS, Aníbal, “Imagens do Fim e do Princípio”, Câmara Municipal de São João da Madeira, São João da Madeira, 2001. |
A Empresa Industrial de Chapelaria
ou "Fábrica Nova", encerrada no ano de 1995, deu emprego e formação a
diferentes gerações de chapeleiros e artífices que lhe dedicaram uma vida
inteira de trabalho. Foi uma das mais importantes unidades fabris de São João
da Madeira, albergando atualmente o Museu da Chapelaria, que sem dúvida vale a
pena visitar.
terça-feira, abril 09, 2013
quarta-feira, abril 03, 2013
Dança dos Homens - Lousa
A "Dança dos Homens" (Dança das Genébres ou da
Farrombana) é uma dança considerada a reminiscência de um primitivo rito de
passagem e é dançada somente nas festas de Maio, da Nossa Senhora do Alto dos
Céus - na Lousa.
É dançada por um grupo de 9 elementos, 6 homens e três
rapazinhos. Um dos homens toca a genebres e outros cinco tocam bandurras, a
viola beiroa.
O traje difere entre os homens. Os seis homens mais velhos
vestem calças e casaco branco, na cabeça levam a 'capela' espécie de capacete
revestido de flores de papel e fitas. Os rapazinhos mais novos vestem roupas
brancas de mulher, usam cordões e brincos de ouro ficam no centro da dança a
tocar trinchos. São chamados as "madamas" ou "damas". Atualmente, estes últimos são representados por raparigas.
O homem que toca as genebres, volta e meia acomete contra as
"madamas" e a assistência. "A dança consiste numa série de
marcações cerimoniosas, lentas, reguladas por sinais tocados na genebres."
Dança dos Homens - Viola Beiroa e Genébres |
Dança dos Homens - Homens com "Capelas" e "madamas" |
Genébras |
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