quarta-feira, janeiro 21, 2009

Trajos de Poiares – Alto Minho

Poiares é uma freguesia situada na margem direita do rio Neiva, dista cerca de quinze quilómetros da sede do concelho, Ponte de Lima.














O Rancho Folclórico e Etnográfico da Casa do Povo de Poiares é um digno representante do folclore do Alto Minho, pelo que apresentam assim os seus trajos:

Trajes das Mulheres

Em dias festivos o nosso povo sempre conservou uma nítida diferença entre os vestidos domingueiros ou a roupa que vem de Deus e a roupa do trabalho, própria para todos os dias.

As proprietárias mais abastadas, não lavradeiras vestiam saia de casmira, meio balão, pano escuro de boa qualidade, pouco ornamentados apenas com uma ou duas bastas. Era ainda a saia do casamento porque faltava o dinheiro para repetir a compra. O casaco denominado casibeque, também de boa fazenda, curto e enfeitado nos punhos e na orla do mesmo, na cabeça usavam um lenço de seda de cor honesta, cobria-lhes toda esta indumentária uma capa bastante farta, de pano azul ou cor pinhão, e que acompanhava a saia.

A classe das lavradeiras socialmente inferior mas muito numerosa usava saia tecidas em casa com estopa e lã e/ou lã e algodão e/ou lã e carduz. Algumas levavam bastas de cor azul, verde ou vermelho escuro. As barras eram de cor castanha, preta ou azul, traçado sobre o peito e atado nas costas usavam um lenço/xaile denominado lenço do pescoço. A blusa era de linho fino e muito branco e as mangas cobriam todo o braço até ao pulso, com pregas nos ombros e bordados nos punhos. Usavam contas e cordões de ouro e as mais abastadas usavam uma corrente de ouro do feitio de uma corda. As contas de ouro eram usadas por algumas nos dias de semana, das orelhas pendiam valiosos brincos de ouro denominados brincos à rainha.


Nos dias mais solenes calçavam chinelas de cabedal e meias de linho, sobre a saia colocavam um avental preto recamado de guarnições como vidrinhos e lantejoulas.

A classe pobre usava saia de chita, quase sempre do mesmo tipo, lenço da cabeça quase sempre de linho com ramos bordados nos cantos em pontos cheios e uma silva a fazer a barra do lenço.

As classes de lavradeiras e pobres quando iam à igreja levavam um lenço preto sobre os ombros e no tempo de preto (luto) levavam sobre a cabeça. Calçavam tamancos ou andavam a pé descalço, o avental era grande, simples e de pano barato. Usavam a saia com uma faixa.

Traje dos Homens

Os abastados, trajavam economicamente, porque um fato durava-lhes toda a vida, usavam um chapéu encascado, casaco de cinta, colete em gola, pano azul ou preto. Sapato raso ou bota alta no Inverno, para agasalho sobre os ombros um xaile marenta e de bom tecido ou uma capa casaca.

A classe média trajava um chapéu bastante desavado em felpo vulgarmente chamado por "chapéu braguês", quase sempre preto e grosseiro, o colete e o casaco eram quase sempre do mesmo pano, de fraca estopa, mesela, briche ou saragoça. Calçavam tamancos ou sapatos baixos, quase sempre sem meias, de Inverno usavam meias de lã, a camisa era de linho para os dias de festa, para os dias de trabalho era de estopa.

A terceira classe usava chapéu de felpo, grosseiro, de cor preta, camisa de estopa, casaco curto de briche ou saragoça. Calças de lã tecidas em casa e no Verão pano de estopa branco, as calças de alçapão, calçavam tamancos, chancas ou andavam descalços. No Inverno o traje era chancas, meias de lã, calças de lã, camisa de estopa, colete de lã com costas de cor diversa. No Verão o traje era todo de linho e calçavam socos.

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