domingo, abril 26, 2009

Ala Arriba – Os poveiros retratados no cinema

Leitão de Barros no seu filme de 1942, ALA ARRIBA, retrata os usos e costumes dos pescadores da Póvoa do Varzim. Este é um extraordinário documentário cinematográfico sobre a vida destes homens e mulheres que do mar retiravam o seu sustento.
O filme que podem ver se seguida, é um pequeno excerto, em que o narrador nos situa na malha social da estoria e traça um retrato dessas gentes, no inicio do sec.XX.
Ora vejam!



Sobre este assunto pode ainda ver neste blog:
Trajo de Ida ao Mar
Traje de Luto
Traje de Festa e Romaria

terça-feira, abril 21, 2009

Cobertor de Papa – Maçainhas - Guarda

Quem não se lembra dos quentes cobertores de papa, que nas casas dos nossos avós aqueciam as camas nas longas noites de Inverno?

Pois estes provêem de uma pequena freguesia do Concelho da Guarda – Maçaínhas - e hoje, como ontem, continuam a ser fabricados de forma artesanal.

A produção do cobertor de papa, remonta ao reinado de D. Sancho II. No reinado de D. José (1758), com o Marquês de Pombal, esta indústria desenvolveu-se na zona da Covilhã e da Guarda: criaram-se novas fábricas e contrataram-se artífices no estrangeiro. Este progresso veio mais tarde beneficiar esta região nomeadamente Maçaínhas. Consta que um tecelão da Covilhã terá fixado residência por estas paragens e terá transmitido os seus conhecimentos aos habitantes.

Há cerca de 100 anos. Havia 9 teares para o fabrico de cobertores de papa em Maçaínhas que eram depois vendidos em feiras.

Os teares e a produção de cobertores foi aumentando de ano para ano, alargando-se depois a outras famílias.

Em 1930-1932 houve uma grande crise e foram poucos os fabricantes que resistiram.
Em 1938, começou a recuperação e, em 1942-1943, quase todas as famílias tinham um tear para fabricar cobertores chegando a existirem 35 teares.
Actualmente existem apenas dois teares em funcionamento, pertencentes aos senhores José Pires Freire e José de Almeida Tavares.
O cobertor de papa também é conhecido por cobertor de pêlo, manta lobeira, amarela e espanhola, podendo ser produzido numa só cor (branco, verde, vermelho, etc.), com a cor “barrenta” (branco e castanho), bordado a azul, verde e vermelho (destinado ao Minho e ao Norte do País) ou fabricado com tiras coloridas de castanho, amarelo, verde e vermelho (típico da zona do Ribatejo).

A diferença entre este cobertor e os restantes é que o de papa é fabricado, exclusivamente, com lã churra de ovelha, uma lã macia das ovelhas de Idanha-a-Nova, Monsanto e Medelim, que também estão em extinção.
Com o aparecimento de outros artigos no mercado, o cobertor de papa deixou de ter a procura de outros tempos.

O cobertor de papa pesa, em média, três quilogramas e mede 1,70cm de largura e 2,40cm de comprimento e distingue-se dos outros cobertores pelo seu “design” e pelo facto de ter o pêlo mais comprido, porque a lã de que é feito é mais comprida.

A produção do cobertor é mais praticável nos meses quentes, porque no Inverno a água está muito fria e os cobertores têm que ser levados ao pisão e no Verão é melhor, nomeadamente, para os secar porque ficam mais direitinhos.

O fabrico do cobertor tem diversas fases. A lã é comprada e enviada para a fiação entrando na fábrica transformada em fio. Segue-se a fase da tecelagem, por um único tecelão, num tear manual em madeira. Na etapa seguinte, quando o corte estiver feito é transportado para o pisão para lavar e feltrar. Quando o corte tiver o “corpo” necessário vai à carda para puxar o pêlo. De seguida, os cobertores são cortados e vão à râmbula (peça em ferro onde se prendem esticados para secarem e ficarem com uma determinada medida).


Os cobertores de papa parecem condenados a desaparecer e com eles um pouco das nossas memórias.


Fonte Bibliográfica:

Colecção: O Fio da Memória, número 12
Titulo: Notas sobre o Cobertor de Papa de Maçainhas
Autor: Maria do Céu Baía Oliveira Reis
Edição: Câmara Municipal da Guarda - Setembro de 2003

terça-feira, abril 14, 2009

Faleceu José Franco

José Franco, reconhecido oleiro e ceramista, faleceu hoje aos 89 anos, o funeral decorrerá amanhã, no Sobreiro, terra que o viu nascer a 19 de Março de 1920.
José Franco dedicou-se principalmente à arte-sacra. No entanto, a sua obra mais conhecida e popular será a Aldeia Típica de José Franco, no Sobreiro (Mafra), construção em miniatura de uma aldeia saloia do início do século XX, onde podem ser apreciadas cenas da vida da época, realizadas por bonecos mecanizados, principalmente movidos a água, bem como, lojas em miniatura que ilustram as mais diversas profissões, muitas delas, hoje em dia, completamente abandonadas.
Utilizando as palavras de Jorge Amado, de quem era amigo, diria que morreu o “…artista do barro e da vida …um português que nasceu com o dom misterioso da beleza e a distribui como um bem de todos …”.
A nossa homenagem!

segunda-feira, abril 06, 2009

Apresentação sobre o traje

A apresentação que se segue, foi efectuada no âmbito de um Curso de Formadores que estou a frequentar e destinada a um público pouco habituado a estes assuntos.

O que tentei fazer foi despertar o interesse pela etnografia em geral e pelo trajo em particular.


Como achei que o assunto podia interessar a mais alguém decidi colocar aqui o filme.

As minhas desculpas se detectarem algumas imprecisões.

Espero que gostem!