sexta-feira, julho 21, 2006

Camisola Poveira


Camisolas de lã branca, bordadas em ponto de cruz com motivos em preto e vermelho (escudo nacional, com coroa real; patinhos; siglas; remos cruzados; vertedouros; grinaldas; apetrechos marítimos; etc), as camisolas poveiras foram, inicialmente bordadas por homens - os velhos «Lobos do Mar» retirados da faina, que esculpiam na lã toda a simbologia da sua vida.
Esta peça era elemento integrante do traje masculino de romaria e festa do pescador poveiro, cuja origem remonta ao primeiro quarteirão do séc. XIX. Este traje branco de branqueta (tecido manual) foi o que mais perdurou, mantendo-se até finais do século passado, sendo sempre o traje escolhido aquando da presença de elementos da comunidade junto das mais altas individualidades do país. Com a grande tragédia marítima de 27 de Fevereiro de 1892, o luto decretou a sentença de morte deste traje branco, assim como de outros trajes garridos. A camisola sobreviveu, ainda, pela primeira metade deste século, mantendo-se como peça de luxo de velhos e novos.
Foi com a criação do Grupo Folclórico Poveiro, em 1936, pelo etnógrafo António dos Santos Graça, que se assistiu ao renascimento do traje branco (de romaria e festa), onde a camisola poveira tem posição de relevo, e se iniciou a divulgação no exterior da colmeia piscatória local desta peça de extrema beleza - feliz expressão de mundividência poveira a quantos nos visitam, nacionais e estrangeiros. Actualmente, as Camisolas Poveiras existentes destinam-se a lojas de recordações turísticas.

1 comentário:

Andrea disse...

Caro Carlos,

Estou escrevendo um livro sobre o trico portugues (trico a mao) e estou procurando mais informacoes como esta que voce tem sobre as camisolas. Voce poderia me sugerir livros? Onde encontro a historia das meias de la?

Meu nome eh Andrea e meu email
info@andreawongknits.com
Agradeco imensamente qualquer lideranca no assunto,

Andrea