Ao longo destes anos tenho descrito centenas de trajos e muitas vezes falado na importância da sua conservação.
No entanto, não nos podemos esquecer que a maior parte dos trajes antigos estão na posse de grupos etnográficos e ranchos folclóricos que possuem pouca experiencia e meios para conservar os seus acervos, pelo que, estes acabaram por se perder.
No presente artigo, vou tentar dar algumas dicas sobre técnicas de conservação de têxteis, mas que não substituem a necessidade de consulta a um técnico avalizado, já que, para além da conservação existe o restauro e este só deve ser efectuado por pessoas devidamente habilitadas para o efeito.
Diz a sabedoria popular que “mais vale prevenir que remediar”, pelo que, se pretendemos perpetuar a existência de determinada indumentária temos de nos preocupar com a sua conservação.
Uma peça de indumentária, ao longo do tempo, sofreu um desgaste próprio do seu uso, mas também a influencia do meio ambiente e da forma como foi acondicionada, pelo que muitas vezes chegam até nós fragilizadas e a sua exposição e manuseio só irá contribuir para a degradação.
Quando planeamos a constituição de uma zona de armazenamento de têxteis, temos de planear o que vamos guardar e como.
Desde logo, o espaço de armazenamento deve ter em consideração os seguintes factores que contribuem para a deterioração de têxteis:
No entanto, não nos podemos esquecer que a maior parte dos trajes antigos estão na posse de grupos etnográficos e ranchos folclóricos que possuem pouca experiencia e meios para conservar os seus acervos, pelo que, estes acabaram por se perder.
No presente artigo, vou tentar dar algumas dicas sobre técnicas de conservação de têxteis, mas que não substituem a necessidade de consulta a um técnico avalizado, já que, para além da conservação existe o restauro e este só deve ser efectuado por pessoas devidamente habilitadas para o efeito.
Diz a sabedoria popular que “mais vale prevenir que remediar”, pelo que, se pretendemos perpetuar a existência de determinada indumentária temos de nos preocupar com a sua conservação.
Uma peça de indumentária, ao longo do tempo, sofreu um desgaste próprio do seu uso, mas também a influencia do meio ambiente e da forma como foi acondicionada, pelo que muitas vezes chegam até nós fragilizadas e a sua exposição e manuseio só irá contribuir para a degradação.
Quando planeamos a constituição de uma zona de armazenamento de têxteis, temos de planear o que vamos guardar e como.
Desde logo, o espaço de armazenamento deve ter em consideração os seguintes factores que contribuem para a deterioração de têxteis:
Para a conservação e estudo de uma peça de indumentária é extremamente importante a sua catalogação, utilizando fichas descritivas, quer da peça como do seu estado de conservação, e fotografias, de forma a que a peça seja manuseada o menos possível.
Depois, a peça passa por 5 fases com vista à sua conservação:
1 - Higienização: que consiste na eliminação de sujidades generalizadas, extrínsecas ao objecto, como poeira, excrementos de insectos, partículas sólidas, suor e outros elementos estranhos a sua estrutura e pode ser realizada através de limpeza a seco ou aquosa.
2 - Desinfestação: tratamento que tem por objectivo a eliminação de macro e/ou microrganismos existentes nos materiais têxteis e requer o uso de câmaras de baixa temperatura ou de insecticidas, aplicados em câmaras de fumigação ou no próprio ambiente (este tratamento só deve ser adoptado em casos extremos).
3 - Hidratação: Destina-se a minimizar os vincos e os enrugamentos causados pelas condições inadequadas de armazenamento e acondicionamento – os métodos mais usados são a vaporização a frio e a humidificação em tenda.
4 - Acondicionamento: consiste na utilização de embalagens adequadas para a guarda dos objectos têxteis dentro do museu e outras específicas para transporte e exposição.
5 - Armazenamento: Tratamento que consiste em guardar os objectos têxteis que não estão expostos.
Quando se acondiciona uma peça, deve ser evitado a utilização de material ácido, como, caixas de papelão, jornais, papéis coloridos, etc., pois a sua acidez pode passar para os tecidos, causando manchas e descolorações. Também não devem ser acrescentados materiais que possam influenciar negativamente a peça, como, agrafos, clipes, alfinetes, etiquetas de papel, colas, autocolantes, tintas de caneta, etc.
Quanto ao armazenamento, este pode ser horizontal (caixas, prateleiras, gavetas) ou verticais (pendurados, emoldurados ou em cilindros), a opção depende do tipo de objecto e do espaço disponível para armazenamento. O sistema de armazenamento deverá permitir uma fácil movimentação dos artefactos e a seguranças dos objectos e das pessoas que os manipulam.
1 - Condicionamento em caixas de papel: As caixas de papelão utilizadas necessitam de ser isoladas no seu interior com papel livre de ácidos, como papel de seda neutro ou papel de arroz. O acondicionamento feito em caixas tende a ocupar mais espaço, mas os artefactos ganham um grau maior de apoio e protecção.
2 - Acondicionamento em cilindros: Os tecidos planos, assim como xailes ou lenços, podem ser enrolados em cilindros, evitando dobras e vincos. Os tecidos devem ser enrolado com um outro tecido neutro, pano cru, manta acrílica ou malha hospitalar, e não devem estar apertados ao cilindro.
4 - Acondicionamento em gavetas: As gavetas de alumínio anodizado podem guardar pequenos artefactos, mas estes devem estar colocados firmemente nas gavetas para não serem danificados quando forem abertas ou fechadas.
5 - As indumentárias mais estruturadas e resistentes podem ser armazenadas em cabides
acolchoados, feitos de materiais inertes e ajustáveis, dentro de armários, tomando pouco espaço e facilitando a disponibilidade das peças. Os cabides podem ser acolchoados com enchimento de poliéster, cobertos com musselina fixa por amarração. São materiais de baixo custo e bastante acessível, podendo ser uma óptima sugestão para o acondicionamento de peças que possam ser penduradas, como casacos ou jaquetas.
Peças com corte no viés, deterioradas, feitas em tricô, jamais deverão ser penduradas.
No exterior da embalagem devem constar elementos identificativos do seu interior, permitindo uma fácil localização do objecto pretendido, sem ter necessidade de revolver em demasia as peças armazenadas.
Não nos podemos esquecer, que acima de tudo está a conservação e a preservação das peças e que a sua utilização, manuseamento e exposição também contribuem para a deterioração.
O Traje é um pouco da história que nos pode contar muitas estórias.
Fonte biblográfica: Keese, Alessandra Savassa Gonçalves, in “Conservação Têxtil” – A importância da preservação do património têxtil para a moda – UNISAL 2006
4 comentários:
Boa tarde,
Mais uma vez os meu parabéns.
Com este novo artigo ficamos a aprender mais como conservar os nossos trajes, este artigo é bastante útil para mim e espero que também seja para os mais de 265000 visitantes que já passaram por aqui.
Ola,
Antes demais gostaria dar-lhe os parabéns pelo o excelente blog.
E convido a visitar o nosso blog em www.gfrochao.com
Saudações Folclóricas
Bom dia, antes de mais parabéns, é bom saber que aínda existem pessoas interessadas em conservar o nosso espólio que está tanto ao abandono.
Tenho um ateliê de conservação e restauto em Castelo Branco e gostaria de oferecer os meus serviços. Trabalhei durante 3 anos e meio aqui no Museu onde desenvolvi o trsbalho em paramentos, colchas e trajes, entre outros.
Para consultar alguns dos meus trabalhos:
almadasgentes@blogspot.com
Cumprimentos, Sandra Carvalho
Caro Carlos Cardoso,
Descobri hoje o seu blogue e devo dar-lhe os parabéns pelo excelente trabalho de divulgação dos trajes tradicionais portugueses.
Eu sou conservadora-restauradora de têxteis e este seu artigo sobre conservação despertou-me interesse - a conservação das peças prevenindo ao máximo a sua degradação é essencial!
Aproveito para deixar também o meu contacto para qualquer esclarecimento sobre conservação de têxteis, ou mesmo prestação de algum serviço.
Mais informações no meu blogue:
http://textilconservation.blogspot.com/
Continuação de bom trabalho! Cumprimentos,
Eva Armindo
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