As rendas sempre adornaram os trajes portugueses, sobretudo os mais ricos, já que eram caras e o processo de fabrico moroso e meticuloso. Até à mecanização este era um trabalho feminino e a produção totalmente efectuada pelas mãos hábeis.
A arte da Renda de Bilros é quase um trabalho exclusivo da costa do litoral oeste da Península Ibérica com antigos centros em Camariña (Província de la Coruña - Espanha, Século XVI), Vila do Conde, Peniche, Lagos e Olhão.
A origem das rendas não é consensual. A teoria mais aceite, formulada por vários estudiosos, é a de que são oriundas do oriente (da China ou da Índia), tendo chegado a Portugal através da Itália no século XV.
As mais famosas eram as de Milão e de Bruges, utilizadas para adornar paramentos eclesiásticos e os trajes das cortes europeias. Em Portugal as rendas flamengas estiveram muito em voga no tempo de D.João V, mas a sua produção foi incentivada pelo Marquês de Pombal, Ministro de D. José, que pretendia fomentar a produção nacional de produtos de luxo muito em voga nessa época e que Portugal importava massivamente. Daqui, esta forma de artesanato passou à Madeira e aos Açores, e foi pelas mulheres portuguesas que chegou ao Brasil.
A diferença entre a renda e o bordado é evidente: no bordado trata-se da aplicação dum ornamento feito no tecido com uma agulha, enquanto que a renda resulta do entrelaçamento de fios, numa urdidura que se desenvolve com a forma de desenho, sem ter um fundo de tecido.
A confecção da renda é efectuada sobre uma almofada dura em que é pregado um papelão crivado de furos que determinam o desenho. Nesses furos são espetados alfinetes que a rendeira vai mudando de lugar à medida que o trabalho se desenvolve.
Os fios são manejados por meio de bilros, que são pequenas peças de madeira torneada. Numa das extremidades de cada bilro está enrolado o fio, enquanto que a outra extremidade tem a forma de esfera ou de pêra, conforme o uso na região. Os bilros são manejados aos pares pela rendeira que, habilmente, imprimindo um movimento rotativo e alternado a cada um dos bilros, e orientando-se sempre pelos alfinetes, vai-os mudando à medida de o trabalho progride. Os pontos mais simples precisam de 2 ou 4 pares de bilros mas outros desenhos podem ser mais complexos. Muitos pontos precisam de 12 pares, 20 pares ou mais. Essa complexidade pode ir aumentando até ser necessário mais de uma centena de pares de bilros para alguns desenhos específicos. É muito complicado, nesse caso, e só rendeiras muito hábeis e experientes podem arvorar-se para essas tarefas.
Em Vila do Conde há uma escola onde se assegura a continuidade, no tempo, desta prática artesanal, e o “Museu das Rendas” que nos dá a oportunidade de conhecer alguns pormenores da História da Renda de Bilros, a técnica de trabalho e os instrumentos utilizados.
A renda de bilros de Peniche tem um pormenor que as distingue de outras produzidas em Portugal: o processo de urdidura. As rendeiras de Peniche trabalham com as palmas das mãos voltadas para cima. Outro pormenor característico é o facto de, nestas rendas, não se distinguir o direito do avesso.Na Póvoa de Varzim, o artesanato de renda de bilros é também prática muito antiga e conheceu, hà alguns anos, grande expansão, quando António Francisco dos Santos Graça, “O Brasileiro” (1851-1918), fundou e custeou uma escola onde uma mestra, oriunda de Vila do Conde, ensinou aquela arte a grande número de jovens poveiras. Presentemente esta actividade tem, na Póvoa, pouco expressão.
A arte da Renda de Bilros é quase um trabalho exclusivo da costa do litoral oeste da Península Ibérica com antigos centros em Camariña (Província de la Coruña - Espanha, Século XVI), Vila do Conde, Peniche, Lagos e Olhão.
A origem das rendas não é consensual. A teoria mais aceite, formulada por vários estudiosos, é a de que são oriundas do oriente (da China ou da Índia), tendo chegado a Portugal através da Itália no século XV.
As mais famosas eram as de Milão e de Bruges, utilizadas para adornar paramentos eclesiásticos e os trajes das cortes europeias. Em Portugal as rendas flamengas estiveram muito em voga no tempo de D.João V, mas a sua produção foi incentivada pelo Marquês de Pombal, Ministro de D. José, que pretendia fomentar a produção nacional de produtos de luxo muito em voga nessa época e que Portugal importava massivamente. Daqui, esta forma de artesanato passou à Madeira e aos Açores, e foi pelas mulheres portuguesas que chegou ao Brasil.
A diferença entre a renda e o bordado é evidente: no bordado trata-se da aplicação dum ornamento feito no tecido com uma agulha, enquanto que a renda resulta do entrelaçamento de fios, numa urdidura que se desenvolve com a forma de desenho, sem ter um fundo de tecido.
A confecção da renda é efectuada sobre uma almofada dura em que é pregado um papelão crivado de furos que determinam o desenho. Nesses furos são espetados alfinetes que a rendeira vai mudando de lugar à medida que o trabalho se desenvolve.
Os fios são manejados por meio de bilros, que são pequenas peças de madeira torneada. Numa das extremidades de cada bilro está enrolado o fio, enquanto que a outra extremidade tem a forma de esfera ou de pêra, conforme o uso na região. Os bilros são manejados aos pares pela rendeira que, habilmente, imprimindo um movimento rotativo e alternado a cada um dos bilros, e orientando-se sempre pelos alfinetes, vai-os mudando à medida de o trabalho progride. Os pontos mais simples precisam de 2 ou 4 pares de bilros mas outros desenhos podem ser mais complexos. Muitos pontos precisam de 12 pares, 20 pares ou mais. Essa complexidade pode ir aumentando até ser necessário mais de uma centena de pares de bilros para alguns desenhos específicos. É muito complicado, nesse caso, e só rendeiras muito hábeis e experientes podem arvorar-se para essas tarefas.
Em Vila do Conde há uma escola onde se assegura a continuidade, no tempo, desta prática artesanal, e o “Museu das Rendas” que nos dá a oportunidade de conhecer alguns pormenores da História da Renda de Bilros, a técnica de trabalho e os instrumentos utilizados.
A renda de bilros de Peniche tem um pormenor que as distingue de outras produzidas em Portugal: o processo de urdidura. As rendeiras de Peniche trabalham com as palmas das mãos voltadas para cima. Outro pormenor característico é o facto de, nestas rendas, não se distinguir o direito do avesso.Na Póvoa de Varzim, o artesanato de renda de bilros é também prática muito antiga e conheceu, hà alguns anos, grande expansão, quando António Francisco dos Santos Graça, “O Brasileiro” (1851-1918), fundou e custeou uma escola onde uma mestra, oriunda de Vila do Conde, ensinou aquela arte a grande número de jovens poveiras. Presentemente esta actividade tem, na Póvoa, pouco expressão.
2 comentários:
Muito boa a reportagem. Convido a todos para ver o blog Renda de Bilros Portugal - http://rendadebilros.blogspot.com/
Toda a história das rendas de bilros em http://www.rendasdebilros.com/
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