(…)
O Sol vai alto, mas o trabalho metódico de «descascar» o Quercus Suber, o nosso sobreiro, não pára. A conversa entre os «tiradores» (assim se chama a quem tira a cortiça da árvore) flui enquanto as mãos, auxiliadas por machados, cortam e arrancam a cortiça à árvore. Abre-se, separa-se, traça-se, extrai-se. Um trabalho metódico e cheio de saber este o de «descortiçar», ou «despelar», retirando a pele áspera à árvore. A operação é delicada, exige atenção. Em causa pode estar a sobrevivência da árvore. Há que não ferir com o machado a parte de dentro dos sobreiros. Há, também, que desinfectar o machado se se desconfiar de doença na árvore. Acima de tudo, nunca tirar do sobreiro demasiada cortiça. Por outro lado há que saber quando parar. Quando a cortiça «não dá», deve-se suspender o «descortiçamento».
A tira é a primeira etapa de uma longa viagem que termina, muitas vezes, à mesa, quando retiramos a rolha a uma garrafa de vinho. Termina a tira em mais uns quantos sobreiros. No campo, as longas pranchas de cortiça aguardam o momento de serem empilhadas. Antigamente, carregavam-se para a estrada a esforço de burro. O almocreve dava as ordens. Hoje, o trabalho tornou-se menos penoso, faz-se com máquinas de arrasto. (Ler mais em Café Portugal)
Tirar cortiça é um trabalho violento e que requer alguma agilidade e um pouco de especialização, e, por vezes o homem tem que andar descalço em cima das pernadas das árvores.
Neste trabalho, os empilhadores e carregadores da cortiça usavam safões de lona.
Trajo composto por:
Colete: De cotim simples mas de banda.
Camisa: De riscado de risca, com colareta e abotoada até à cintura.
Calças: De cotim, estreitas e terminando à boca-de-sino.
Ceroulas: De pano-cru ou riscado claro.
Cinta: Preta.
Meias: De linha de algodão a cores, feitas à mão com cinco agulhas.
Lenço: Que usava aberto debaixo do chapéu para se proteger do sol.
Chapéu: De feltro preto de aba larga.
Botas: De atanado ou de bezerra afiveladas ou com ilhoses e cardadas na sola.
Utensílios:
Machado: Com corte semi-curto e a ponta do cabo achatado.
Alforges: Pequeno ou grande, para levar o comer, conforme os dias que estivesse sem vir a casa
Barril: Para água fresca
“Burro”: Tronco de sobreiro com três pés, que se encosta ao tronco do sobreiro e serve para o homem subir
O Sol vai alto, mas o trabalho metódico de «descascar» o Quercus Suber, o nosso sobreiro, não pára. A conversa entre os «tiradores» (assim se chama a quem tira a cortiça da árvore) flui enquanto as mãos, auxiliadas por machados, cortam e arrancam a cortiça à árvore. Abre-se, separa-se, traça-se, extrai-se. Um trabalho metódico e cheio de saber este o de «descortiçar», ou «despelar», retirando a pele áspera à árvore. A operação é delicada, exige atenção. Em causa pode estar a sobrevivência da árvore. Há que não ferir com o machado a parte de dentro dos sobreiros. Há, também, que desinfectar o machado se se desconfiar de doença na árvore. Acima de tudo, nunca tirar do sobreiro demasiada cortiça. Por outro lado há que saber quando parar. Quando a cortiça «não dá», deve-se suspender o «descortiçamento».
A tira é a primeira etapa de uma longa viagem que termina, muitas vezes, à mesa, quando retiramos a rolha a uma garrafa de vinho. Termina a tira em mais uns quantos sobreiros. No campo, as longas pranchas de cortiça aguardam o momento de serem empilhadas. Antigamente, carregavam-se para a estrada a esforço de burro. O almocreve dava as ordens. Hoje, o trabalho tornou-se menos penoso, faz-se com máquinas de arrasto. (Ler mais em Café Portugal)
Tirar cortiça é um trabalho violento e que requer alguma agilidade e um pouco de especialização, e, por vezes o homem tem que andar descalço em cima das pernadas das árvores.
Neste trabalho, os empilhadores e carregadores da cortiça usavam safões de lona.
Trajo composto por:
Colete: De cotim simples mas de banda.
Camisa: De riscado de risca, com colareta e abotoada até à cintura.
Calças: De cotim, estreitas e terminando à boca-de-sino.
Ceroulas: De pano-cru ou riscado claro.
Cinta: Preta.
Meias: De linha de algodão a cores, feitas à mão com cinco agulhas.
Lenço: Que usava aberto debaixo do chapéu para se proteger do sol.
Chapéu: De feltro preto de aba larga.
Botas: De atanado ou de bezerra afiveladas ou com ilhoses e cardadas na sola.
Utensílios:
Machado: Com corte semi-curto e a ponta do cabo achatado.
Alforges: Pequeno ou grande, para levar o comer, conforme os dias que estivesse sem vir a casa
Barril: Para água fresca
“Burro”: Tronco de sobreiro com três pés, que se encosta ao tronco do sobreiro e serve para o homem subir
Fonte: Grupo Folclórico e Cultural da Boavista
2 comentários:
OLA AMIGOS ESTOU A VISITAR O SEU BLOG ACHEI INTERESSANTE MUITO CULTURAL APESAR DE EU SER BRASILEIRO ME ENDENTIFICO MUITO COM
O POVO DE PORTUGAL POIS TENHO ALGUNS AMIGOS AI E POIS OS MEUS AVOS ERÃM PORTUGUESES E SOU MUITO GRATO POR ISSO OK GOSTARIA QUE VISITASEM OS MEUS BLOGS OK FIQUEM ANA PAZ DO SENHOR JESUS AMEM ATE+
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