quinta-feira, setembro 20, 2007

Festa dos Tabuleiros – Tomar - Ribatejo


O Dr. Fernando Araújo Ferreira afirmava «o tabuleiro é um hino de cor. Um poema nascido da arte popular tomarense. Das mãos e inspiração do seu povo. Obedecendo a regras tradicionais, é ele que o arma é ele que o ornamenta. De gerações em gerações passou o jeito, a herança bonita. O Tabuleiro é uma oferta de pão, por isso o pão deve ficar à vista, a ornamentação pertence ao gosto de quem o decora, com flores de papel e verdura se for caso disso. O Cortejo vive e encanta pela variedade de cores e ornamentações.»
O historiador Dr. Manuel Guimarães, traduz a emoção de quem vai no Cortejo e quem assiste à sua passagem: «As raparigas, figuras principais, desfilam em duas longas filas ao lado dos seus ajudantes (os rapazes) que seguem do lado de dentro mas sempre atentos às companheiras. Dirigem-se à Praça da República onde o Cortejo enrola harmoniosamente até preencher sem sobressaltos a placa central. Um representante da Igreja vem à Praça, paramentado, dar a bênção aos Tabuleiros. Depois, a um sinal do sino, é a elevação, um momento inesquecível. Uma moldura humana impressionante, aplaude comovida este momento mágico, único, pela sua grandiosidade, simbolismo e beleza, único na nossa arte e na nossa cultura.»
A Festa dos Tabuleiros ou Festa do Divino Espírito Santo é uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal. Segundo os investigadores a sua origem encontra-se nas festas de colheitas à deusa Ceres. A sua cristianização pode dever-se à Rainha Santa Isabel que lançou as bases do que seria a Congregação do Espírito Santo, movimento de solidariedade cristã que em muitos lugares do reino absorveu as primitivas festas pagãs. O ponto alto das festividades que juntava ricos e pobres sem qualquer distinção ocorria no Domingo de Pentecostes, dia em que as línguas de fogo desceram sobre os Apóstolos simbolizando a igualdade de todos perante Deus.
A principal característica da Festa dos Tabuleiros é o Desfile ou Procissão, com um número variável de tabuleiros, em que estão representadas as dezasseis freguesias do concelho. Esta procissão de dignidade, cor, brilho e emoção percorre as principais ruas da cidade, num percurso de cerca de 5 Km, por entre colchas pendentes nas janelas, milhares de visitantes nas ruas e uma chuva de pétalas que de forma entusiástica é lançada sobre o Cortejo.
A Festa é do Tabuleiro que deve ter a altura da rapariga que o leva à cabeça, sendo constituído por trinta pães (tantos quantas as chagas de Cristo) enfiados em cinco ou seis canas que partem de um cesto de vime ou verga e é rematado ao alto por uma coroa encimada pela Pomba do Espírito Santo ou pela Cruz de Cristo.
Na primeira metade do sec.XX convencionou-se que os participantes no desfile deveriam trajar da seguinte forma:
O Homem veste calça preta, camisa branca, com as mangas arregaçadas, e gravata da mesma cor da fita do traje feminino. Usa ainda um barrete preto sobre o ombro, onde apoia o tabuleiro sempre que é necessário aliviar o sofrimento da rapariga
A rapariga apresenta-se de saia branca até aos pés e blusa da mesma cor. Usa uma fita com a cor da freguesia que representa. Na cabeça, para apoiar o tabuleiro, uma “sogra” de cor branca e decorada com fitas da mesma cor da do vestido.
Site :
Festa dos Tabuleiros
Imagens de José Júlio Ribeiro in Olhares.com

2 comentários:

Anónimo disse...

gosto muito da festa dos tabuleiros e ainda por cima sou tomarense!!!! xD
gostei muito deste blog mas dou sugestões. . .
podia tentar encontar os simbolos da festa dos tabuleiros e não copie de outros blogs ou sites.
obrigado. . .
"P

Anónimo disse...

É sempre bom recordar as palavras do saudoso Dr. Manuel Guimarães, grnade Homem e grande tomarense...