O mar e a actividade piscatória influenciou de maneira indelével a vida da Murtosa.
À mulher do pescador cabia-lhe, na maior parte das vezes, a tarefa de fazer a venda do peixe e, descalça pelos caminhos, de chinelas nas povoações e saia ensacada para facilitar os movimentos, esta mulher não corria, voava.
A figura desta Peixeira chegou até Cacia e Águeda, depois de atravessar a Ria de barco ou bateira. A pé, passou por Estarreja, Salreu, Canelas, Fermelã e Angeja.
A Peixeira de 1900 vestia da seguinte maneira:
Saia de chita ou de lã, ensacada; Blusa de chita; Cinta preta de lã, para ensacar a saia; Avental de popelina; Algibeira; Chapéu de varina; Xaile traçado; Chinelas de salto alto;
A pesca, uma das principais actividades desta região, era um trabalho muito duro e, por vezes, muito pouco produtivo.
O pescador dos finais do século XIX e princípio do século XX, até cerca de 1910, vestia com a maior simplicidade, pois tinha poucas posses. A dureza do trabalho exigia que a roupa facilitasse os movimentos, tanto na faina como quando calcorreava grandes distâncias a pé para vender o produto do seu trabalho.
Vestia da seguinte forma:
Camisa aos quadrados de flanela com abertura até ao peito; Ceroulas aos quadrados de flanela amarradas em baixo por fitas; Quando ia vender, usava cinta de linho com as pontas caídas e, no trabalho, uma cinta preta de lã toda enrolada na cinta; Barrete preto de lã; Tamancos; Saca onde guarda o dinheiro;
Usa cangalhas, onde transporta o peixe.
Hoje em dia estes trajes são utilizados apenas nas apresentações públicas de grupos etnográficos e folclóricos.
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