Vilarinho das Furnas foi uma aldeia
comunitária, cujas origens se perdem nas brumas da memória, desconhecendo-se a
sua antiguidade. Encontra-se a primeira referência a Vilarinho, no Tombo da
Igreja de São João do Campo, de 1540, bem como os Arquivos Paroquiais, a partir
de 1623. Parece que chegou a ser uma freguesia autónoma do concelho de Terras
de Bouro, tendo, posteriormente, passado a ser uma aldeia da freguesia de São
João do Campo. E sabe-se que era a última povoação por que passava a célebre “Geira”
antes de entrar na Galiza, a antiga via militar romana entre Braga e Astorga.
Era uma aldeia da freguesia de
Campo do Gerês, situada no concelho de Terras de Bouro, no distrito de Braga.
Desde 1971 que esta aldeia está submersa pela albufeira da barragem de
Vilarinho das Furnas. Contudo, quando a barragem é esvaziada para limpeza ou
quando desce o nível das águas em períodos de seca, podem ver-se ainda as
casas, os caminhos e os muros da antiga aldeia.
Na evolução humana, a organização
comunitária corresponde a um ciclo cultural resultante da passagem do pastoreio
nómada à agricultura sedentária. Em Vilarinho da Furna conservou-se, até 1971,
uma organização comunitária bastante perfeita, amplamente estudada pelo prof.
Jorge Dias (1907-1971), resultando na sua tese de doutoramento em Etnografia na
Universidade de Munique e na monografia “Vilarinho das Furnas, Uma Aldeia
Comunitária”, reeditada em 1981.
Inspirado nesse trabalho, o
realizador António Campos realizou um documentário sobre esta aldeia, resultado
do acompanhamento diário da vida deste povo durante 18 meses, numa fase em que
a aldeia já se sabia condenada.
O documentário apenas seria
tornado público em 1971, já a aldeia tinha sido engolida pelas águas da
barragem.
É este o documentário que
público. Tem cerca de uma hora, mas é um documento histórico impar da extinção
de uma comunidade.
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