Chancas de Coimbra |
Matéria:
Madeira; Metal; Cabedal
Dimensões
(cm): altura: 16,5; largura: 13,3; comprimento: 29;
Descrição:
Chancas (par) de rasto em madeira e gáspea, talão e cano, de cabedal de cor
acastanhada. O rasto é constituído por salto, enfranque e pata. O salto é baixo
e afunilado. Apresenta cinco cardas de ferro, espalhadas pelos limites do topo
do salto, em círculo. O enfranque é curvilíneo, em continuação com a pata. Esta
apresenta, espalhadas pelos seus limites e semeadas no interior, cardas de
ferro. A unir o rasto à gáspea, ao talão e ao cano, uma banda de cabedal de cor
castanha, pregada de espaço a espaço por pregos metálicos de cabeça larga
batida. Na zona da biqueira, esta banda forma espécie de meia-lua protectora.
Na chanca do lado esquerdo, surge, na metade do lado direito, vindo do início
da pata até meio da biqueira, uma barra de ferro, sobreposta à madeira do rasto
e à tira de cabedal, seguindo os contornos desta, mas com menor amplitude na
biqueira. É presa à madeira por meio de quatro pregos, igualmente espaçados. A
gáspea apresenta, na chanca do lado direito, justapostas à biqueira, duas tiras
de sola de cor preta, pregadas em cada lado, ao rasto, com pregos metálicos.
Ambas as chancas apresentam língua, que se sobrepõe ao pé. Termina com os
cantos arredondados a meio do enfranque. Um pouco antes de tal terminação, pela
parte de dentro, inicia-se o talão. Este é subido, cobrindo toda a zona do
calcanhar. Sobre a totalidade do talão e parte da gáspea, surge um cano baixo,
de duas peças cosidas entre si, atrás, por meio de uma terceira tira muito fina
do mesmo material, disposta no sentido da altura. É aberto à frente, ao centro.
O corte frontal do cano forma uma espécie de aba de limites arredondados, uma
de cada lado da língua da gáspea. A extremidade inferior de tais abas forma um
bico. Este é coincidente com o ponto a 2/3 da largura, e metade do comprimento
da gáspea. De tal vértice, segue um arco côncavo descendente até tocar o rasto,
ponto este que é coincidente com o início da gáspea. As abas do cano são
atravessadas por seis ilhós, dispostas equidistantes, no sentido da altura.
Tais ilhós são atravessadas por uma fina fita de cabedal - atacadores. Alinhada
com a abertura do cano, mas no lado oposto, uma presilha em laço. Sobre o cano, na
parte de trás da chanca, vindo do rasto até cerca de 2/3 da altura, um segundo
talão, de formato hiperbólico.
Chancas |
Matéria:
Madeira; Metal; Cabedal; Tecido
Dimensões
(cm): altura: 16,5; largura: 10; comprimento: 27;
Descrição:
Chancas (par) de rasto em madeira e gáspea e cano, de cabedal de cor
acastanhada. O rasto é constituído por salto, enfranque e pata. O salto é
baixo. Apresenta vestígios de aplicação de sola (?) com as mesmas dimensões da
área de aplicação, no topo. O enfranque é curvilíneo, em continuação com a pata. Esta
apresenta, a contornar os seus limites externos, vestígios de espécie de
ferradura em sola (?), pregada à madeira com pregos metálicos. A gáspea é unida
ao rasto por meio de pregos metálicos de cabeça larga e batida, dispostos muito
juntos. As orelhas são subidas, encontrando-se unidas ao centro da parte de
trás da chanca. Sob as gáspeas, surge o cano, baixo. Apresenta atrás, ao
centro, um pequeno talão trapezoidal, cuja aresta superior, a mais pequena, é
presa à extremidade superior do cano por meio de uma ilhós e de um botão
metálico. Desce daí, alargando-se até às orelhas. A parte da frente do cano, ao
centro, é aberta até à junção com a gáspea. Apresenta de cada lado da abertura,
sete ilhós equidistantes, colocadas no sentido da altura. Tais ilhós são
atravessadas por um atacador de cor acastanhada. A parte de dentro do cano, é
guarnecida com uma tira de cabedal, à volta da boca e de cada um dos lados da abertura.
Sobre a boca, atrás, ao centro, uma presilha de cabedal. Sob a abertura, uma
língua independente, de formato lobular.
Chancas de Seia/Sabugueiro |
Datação: XIX
d.C. - XX d.C.
Matéria:
Madeira (amieiro); Metal; Couro
Dimensões
(cm): altura: 18,5; largura: 9; comprimento: 26,5;
Descrição:
Soco de rasto de madeira de amieiro e gáspea de couro atanado - curtido em
casca de carvalho em pó conferindo-lhe uma cor creme escura. O rasto apresenta
salto, enfranque e pata. O salto é alto. O enfranque é curvilíneo, em continuação
com a pata. Esta apresenta um bico de formato
redondo. A união entre rasto e gáspea é guarnecida com tira de cabedal pregada,
equidistante, a toda a volta, com pregos metálicos de cabeça larga e batida. A
gáspea é muito subida, fazendo cano. É de uma única peça. Esta inicia-se no
lado interior da chanca, junto ao início do enfranque. Daí, segue em arco
convexo ascendente até ao centro da largura, de onde parte um corte rectilíneo
para cima, constituindo uma das abas da abertura. Segue assim os contornos do
rasto, indo terminar numa outra aba, justaposta à anterior. Esta extremidade,
entra sob o arco inicial da outra extremidade, apresentando aí duas costuras
espaçadas, executadas a linha grossa de cor castanha. Tais costuras seguem os
contornos no arco e estendem-se até à abertura da chanca. Cada aba apresenta
cinco furos dispostos equidistantes no sentido da altura. São atravessados por
uma fina fita de couro - atacadores. Interiormente, surge uma língua, cosida
sob a abertura da gáspea. Na extremidade oposta à abertura, junto à boca, ao
centro, surge uma presilha no mesmo material, em laço. Na zona do
calcanhar, um talão de formato semicircular, cosido superiormente à gáspea. Tal
costura é executada a fio grosso de cor creme e é visível no exterior.
Chancas da Calheta |
Matéria: Madeira (cedro); Cabedal; Metal (ferro); Metal
Dimensões (cm): altura: 22; largura: 11; comprimento: 31;
Descrição: Chancas (par) com rasto em madeira de cedro. Este
é constituído por salto, enfranque e pata. O salto é alto e afunilado. O
enfranque é contínuo com a pata, sendo esta de ponta levantada. Todo o
perímetro do rasto é percorrido por uma espécie de ferradura de ferro, com
cravos de espaço a espaço. Apresentam talão e gáspeas em cabedal branco. O
talão é alto, afunilando à medida que se encaminha para a parte anterior do pé.
Aí, divide-se em dois, formando duas abas. São ambas furadas com cinco ilhós
metálicas, pelas quais passa um atacador do mesmo cabedal. A união entre
gáspeas, talão e o rasto é efetuada por meio de uma tira de cabedal de cor
castanha, pregada de espaço a espaço.
Fonte: O Trajar do Povo em Portugal
Outros artigos relacionados: Chinelas Minhotas; Alpercatas-Açores; O Calçado Tradicional; Tamancos e Socos Entre Douro e Minho; Pé Descalço; Socas barrosãs já não ressoam na calçada - Montalegre;
Sem comentários:
Enviar um comentário