Atadas à cintura, escondidas entre a saia de fora e a anágua, sempre que necessário a mão passava através da abertura disfarçada entre as pregas da saia.
No trajo erudito também é conhecido o seu uso. Durante séculos, os tecidos pesados e opacos ocultavam completamente a abertura da saia, que permitia o acesso a esta bolsa. Com as alterações introduzidas na moda durante o período do império (sec.XVIII), as alterações do corte dos vestidos, com cintura alta, e o uso generalizado de tecidos transparentes e leves, torna-se difícil o uso desta peça. Surgem as bolsas suspensas dos cintos ou dos ombros, em tecidos coloridos, bordados e posteriormente com armação em metal, conduzindo ao aparecimento das bolsas de mão.
No Minho vemos que a algibeira se insere tanto no trajo popular como erudito, tendo-se verificado a passagem de uma peça interior para um acessório externo, exibido para ser admirado com o restante trajo.
Nesta região assume uma forma curiosa, um coração estilizado, adaptando-se perfeitamente aos diversos tipos de trajo da região.
Os exemplares apresentados correspondem a algibeiras do trajo de trabalho e domingueiro, já que nas versões mais ricas e garridas o ponto cruz é menos utilizado, sendo substituído por aplicações de fitas, galões e pelo brilho das lantejoulas, das missangas e dos vidrilhos.
Na sua confecção é utilizado um molde de papel que se aplica sobre os retalhos de tecido pretendidos.
Depois de cosidos, eram decorados com a aplicação de fitas, de bordados e botões, de acordo com a inspiração e os materiais disponíveis. Para o forro era utilizado outro retalho de linho ou riscado.
A função da algibeira, que era usada presa com fitas sobre o lado direito, escondida entre a saia e o avental, é ao mesmo tempo decorativo e funcional.
Nele se guarda o lenço, o terço no segredo (pequena abertura escondida sob a pala), ou os poucos vinténs resultantes da vendo do produto da terra.
No trajo erudito este acessório passou a estar exposto aos olhares de todos. Perdeu a sua simplicidade inicial, para se afirmar pelo exotismo da forma, a riqueza dos materiais e pela exuberância da decoração.
2 comentários:
Olá Carlos!
Conheço bem as algibeiras,sobretudo as do Minho - Viana do Castelo.São muito bonitas com várias cores e feitios.
Abraço
Lena
da
Aldeia
eu acho que as alibeiras são bastante bonitas
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