Este artigo é a continuação da abordagem a este tema
iniciado em AS ALGIBEIRAS NO TRAJE POPULAR I – MINHO e AS ALGIBEIRAS NO TRAJE
POPULAR II – DOURO LITORAL E TRÁS-OS-MONTES, passando a apresentar exemplares
provenientes das coleções do Museu Dr. Joaquim Manso e do Museu Nacional de Etnologia.
MUSEU DR. JOAQUIM MANSO
Datação: XX d.C.
Matéria: Tecido de algodão e várias outras fibras
Dimensões (cm): altura: 32; largura: 20;12;
Descrição: Bolsa de retalhos de diferentes cores e
qualidades. De corte arredondado, com duas entradas na parte da frente. Na
parte superior e de cada lado, leva um fitilho de algodão para cingir a
cintura. A metade inferior é subcircular e tem a aparência de um vaso cintado
de boca larga. É debruada a toda a volta por uma tira de tecido florido
Proveniência: Nazaré.
Origem: Este objeto, que fazia parte da indumentária
da Nazarena e ainda em uso sobretudo nas mulheres de mais idade, tem vindo a
ser substituído pelos vulgares porta-moedas. A algibeira não constituía um
elemento decorativo, ao contrário do que acontecia no norte do país, mas antes
utilitário. Para uma maior segurança era resguardada sob a "saia de
cima", junto à abertura da mesma, sempre do lado direito e fixada à
"saia de baixo" por um alfinete de dama. Este objeto, de grande
importância para a mulher Nazarena transportar o dinheiro que necessitava no
seu quotidiano ou até as suas economias ou "papéis de valor",
continha, muitas vezes, um amuleto (conhecido por "Breve") como forma
de proteção e ou superstição religiosa.
Datação: XX d.C.
Matéria: Tecido de algodão e fibras sintéticas (terylene)
Dimensões (cm): altura: 36; largura: 21,5;
Descrição: Bolsa para guardar dinheiro feita de
tecido de cor preta por se tratar de viúva. De corte arredondado, tem duas
entradas na frente e uma atrás, sendo esta de cor castanha. Na parte superior e
de cada lado leva um fitilho de algodão para cingir à cintura. É debruada a
toda a volta por uma tira de tecido também de cor preta.
Incorporação: Doação - D. Deolinda Xalabardo MecaProveniência: Nazaré.
Matéria: Tecido de lã (escocês) e algodão
Dimensões (cm): altura: 34,5; largura: 20,5;
Descrição: Bolsa para guardar o dinheiro feita de
retalhos de diferentes cores, sendo as predominantes vermelho e castanho. De
corte arredondado, tem duas entradas à frente e uma atrás. Na parte superior e
de cada lado, leva uma fita de lã fina para cingir a cintura. É debruada a toda
a volta por um fitilho de algodão azul-escuro.
Incorporação: Compra - Adquirido a Casa Crispim - Nazaré
MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA
Datação: XIX d.C. - XX d.C.
Matéria: Tecido (lã); Tecido; Escocês (algodão?)
Dimensões (cm): altura: 28,5; largura: 17,5;
Descrição: Algibeira periforme, de tafetá de lã de
cor rosa à frente e tecido de padrões geométricos atrás. É debruada, a toda a
volta, por uma fita de escocês de algodão (?). A decoração frontal consiste
numa cercadura em ziguezague, a qual segue, aproximadamente, os limites da
algibeira. O ziguezague é executado a linha de cor vermelha. É ornado nos seus
vértices exteriores por pequenos pontos de lã de cor amarela e, nos seus
vértices interiores, por pequenos pontos de lã de cor azul escura. No centro da
cercadura, em baixo, a meio, apresenta espécie de cálice de cor azul escura, de
duas asas e de base triangular de cor amarela. A ladeá-lo, dois "X"
executados a lã de cor vermelha. Do cálice brota uma flor, orientada no sentido
longitudinal, cujo caule é executado a lã de cor vermelha e as pétalas, a lã de
cor verde. Deste caule central brotam, diagonalmente, quatro outras flores
(duas de cada lado): as inferiores, de caule executado a lã de cor verde a
pétalas a lã de cor amarela; as duas superiores de caule executado a lã de cor
amarela e pétalas a lã de cor azul escura. As pétalas da flor central são
ladeadas por iniciais, uma de cada lado: do lado esquerdo, um "C"; do
lado direito, espécie de "B". A ladear a abertura da algibeira, em
sentido longitudinal, dentro da cercadura, acima das iniciais, uma linha em
ziguezague, executada a lã de cor verde. O tecido que forra o interior da
abertura da algibeira apresenta uma espécie de reticulado de cor rosa sobre o
qual se dispõem barras delgadas transversais de cor rosa, acompanhadas a todo o
comprimento por pequenos quadrados de cor vermelha, alternadas com barras
delgadas formadas por três linhas intermitentes: verdes as exteriores e
vermelha a interior. O tecido de trás da algibeira é do mesmo tipo do forro da
abertura.
Proveniência: Alcobaça / TurquelMatéria: Riscado (algodão?); Tecido
Dimensões (cm): altura: 29; largura: 17,5;
Descrição: Algibeira periforme, de riscado de algodão (?) de cor preta na frente e tecido de cor cinzenta atrás. É debruada a toda a volta por uma fita de algodão de cor preta, que, na aresta superior, se prolonga para ambos os lados. A meio da altura apresenta, espaçados entre si, dois bolsos, de forro de tecido de cor cinzenta, debruados, em cima e em baixo do corte da abertura, por fita de algodão de cor preta. Ao centro, apresenta motivo hastiforme de tecido de cor azul debruado a fita de algodão de cor preta. Tal motivo é constituído por duas partes: é cortado a meio pelo bolso inferior e corta a meio, por sua vez, o bolso superior, sobrepondo-se-lhe, de baixo para cima, como uma pataleta. A parte inferior do motivo, a correspondente à pala do bolso inferior, tem, como elemento decorativo, uma costura executada a linha de cor preta, a qual segue, interiormente, os contornos da forma onde está inscrita. Na parte de trás, a algibeira apresenta um bolso ligeiramente deslocado do centro para cima.
Proveniência: Aveiro / Murtosa
Datação: XIX d.C. - XX d.C.
Matéria: Tecido (lã); Veludo (seda?); Flanela (lã); Lã
Dimensões (cm): altura: 31; largura: 18,5;
Descrição: Algibeira de formato periforme, com a
parte da frente em tecido de lã de cor preta, e parte de trás em flanela industrial
de três tipos: o de cima, de fundo vermelho, é estampado com motivos
fitográficos estilizados de cor preta; o do meio apresenta um fundo de cor
castanha estampado com motivos geométricos de cor laranja dispostos segundo um
reticulado diagonal; no inferior, semelhante ao anterior, os motivos
geométricos são de cor rosa. Entre a flanela superior e a do meio, abre-se um
bolso transversal, da largura da algibeira. Todas as orlas da algibeira são
debruadas por uma fita de cor preta. Na extremidade superior, tal fita
estende-se para além dos limites laterais da algibeira, caindo livremente. No
restante perímetro, a fita é adornada com uma linha de ponto espiga executado a
fio de lã de cor amarela. A meio da altura, a algibeira apresenta uma abertura
transversal. Acima e abaixo dela estão aplicados, simetricamente, dois retalhos
triangulares, em veludo de seda (?) de cor castanha. As orlas dos retalhos são
também adornadas com ponto espiga. No vértice superior e inferior,
respetivamente, apresentam ainda uma espécie de flor / estrela bordada a fio de
lã de cor amarela. Na parte inferior da algibeira, com o mesmo fio, estão
bordadas as iniciais "B. R."
Proveniência: Évora / EstremozDatação: XIX d.C. - XX d.C.
Matéria: Tecido (algodão); Chita (algodão); Veludo (seda?); Renda (algodão); Lã
Dimensões (cm): altura: 24; largura: 17;
Descrição: Algibeira cordiforme com a parte da frente
em tecido de algodão (?) de cor branca, e parte de trás em chita do mesmo material,
de cor vermelha, estampada com motivos fitográficos de cor branca. À frente, na
metade superior, surge a boca de um bolso, em forma de raia. Tanto as orlas da
boca, como as da algibeira são debruadas por uma fita em veludo de seda (?) de
tom esverdeado. Nos vértices superiores, tal fita prolonga-se, caindo
livremente. Sobre o tecido de algodão (?) que constitui a frente da algibeira,
surge um forro em renda de croché de cor castanha, formando um reticulado
ortogonal. Nele estão bordados motivos ilegíveis, executados a fio de lã de cor
branca, rosa, amarela e verde. Um desses motivos, abaixo da boca do bolso,
aparente ser um coração de cor rosa e branca, contornado por ramificações nas
cores atrás referidas.
Proveniência: Évora / EstremozDatação: XIX d.C. - XX d.C.
Matéria: Tecido (lã); Chita (algodão); Sarja (algodão); Lã
Dimensões (cm): altura: 27; largura: 16;
Descrição: Algibeira com o formato de um retângulo de
vértices inferiores arredondados. A parte da frente é em tecido de lã de cor
preta. A parte de trás é forrada no mesmo tecido e, na extremidade inferior, a
sarja de algodão da mesma cor. Todas as orlas da algibeira são debruadas por
uma fita de lã de cor azul. Nos vértices superiores está aplicada uma fita
semelhante, que se estende caindo livremente. Ao centro, surge a boca arqueada
de um bolso interior. A sua orla é também debruada com uma fita de lã de cor
azul. Interiormente, o bolso é forrado a chita de algodão de tom amarelado,
estampada com motivos florais de cor roxa, branca e rosa. À frente, a algibeira
apresenta bordados executados a fio de lã de cor verde, vermelha, azul,
amarela, branca, rosa, laranja e roxo. Acima da boca do bolso, os bordados
formam a inicial "D"; abaixo, formam um grande motivo foral.
Proveniência: Évora / BorbaMatéria: Flanela (lã); Tecido (lã); Tecido (lã, algodão?)
Dimensões (cm): altura: 27; largura: 20;
Descrição: Algibeira de formato trapezoidal, forrada,
atrás e à frente, a flanela de lã de cor preta. As suas orlas são debruadas por
uma fita de lã de cor azul. À frente, apresenta uma abertura triangular de
arestas arqueadas. Na aresta inferior, está aplicado um retalho em tecido de lã
de cor verde, listado, de espaço a espaço com três linhas longitudinais de
"levantados" de cor preta. Este retalho apresenta uma forma simétrica
à da abertura. Interiormente, a algibeira é forrada a tecido de lã e algodão
(?) de cor branca e castanha, lavrado com listas transversais tracejadas nas
mesmas cores, e bandas compostas por listas de cor branca, castanha e vermelha.
Proveniência: Loulé / AlteOutros artigos relacionados:
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